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Channel: Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém
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Outras Fábricas, Outras Loiças (CXCIX)

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Pequenos castiçais, com cerca de 6 cm. de altura cada um, em porcelana pintada à mão.

 

Curiosamente, encontramo-nos perante peças similares produzidas em diferentes fábricas e países. O exemplar da esquerda foi produzido na fábrica Artibus, de Aveiro, enquanto o da direita foi produzido na fábrica alemã Goebel (http://www.porzellanstrasse.de/Roedental.161+M52087573ab0.0.html), que se celebrizou pela produção das pequenas figuras Hümmel (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/h%C3%BCmmel).

 

A marca Goebel patente neste castiçal corresponde ao período 1950-1955.

 

Esta peça permite-nos documentar outras áreas de influência internacional que marcaram a produção da Artibus. Como já vimos anteriormente, a Artibus seguira também o design de fábricas italianas, como a Società Ceramica Italiana di Laveno (http://mfls.blogs.sapo.pt/144303.html).

 

     

 

© MAFLS


Prato de Parede

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Grande prato de parede, com cerca de 37,1 cm. de diâmetro, apresentando o motivo 42-B, Na Doca, pintado à mão sob e sobre o vidrado.

 

Na cerâmica portuguesa do terceiro quartel do século XX, estas marinhas onde as figuras humanas surgem em primeiro plano devem certamente a sua influência à obra, de superior qualidade estética e artística, que Hansi Staël (1913-1961) desenvolveu na fábrica caldense Secla (http://mfls.blogs.sapo.pt/105781.html).

 

Como se pode verificar pelas iniciais manuscritas junto da marca, este prato foi pintado por Nuno Lopes (1920-1974).

 

Desenhos do Arquivo do MCS

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© CDMJA/MCS

 

Folha de finais da década de 1950, com desenhos para três motivos da FLS, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

A silhueta destas jarras corresponde ao formato 8, que já existia pelo menos desde a década de 1930, e não a qualquer formato Arte Nova desenvolvido na década de 1950.

 

A reprodução desta imagem é uma cortesia do CDMJA/MCS.

 

© MAFLS

Pires

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Pires, com retoques aplicados a ouro sobre o vidrado, apresentando estampado a verde, sob o vidrado, um motivo de influência oriental.

 

Veja-se uma leiteira, formato Porto, com o mesmo motivo, estampado também na mesma cor, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/64737.html.

 

 

© MAFLS

Molheira

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Molheira, formato Inglês, com decoração floral policromática estampada por decalcografia.

 

Para além da mancha decorrente da absorção de líquidos e gorduras, note-se como é possível observar, à esquerda, a mancha alargada e angulosa da decalcografia floral.

 

 

© MAFLS

Outras Fábricas, Outras Loiças (CC)

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Cesto em faiança, com cerca de 30,4 cm. de diâmetro e 7,6 cm. de altura, apresentando decoração policromada nas flores. Note-se como estas não surgem em todas as intersecções dos círculos.

 

Esta técnica de disposição da pasta cerâmica é popularmente denominada como verguinha, por referência à similar técnica de cestaria e ao vime, ou verga, usado como matéria-prima para essa produção artesanal.

 

Embora não seja exclusiva do nosso país, o que é comprovável em inúmeros exemplares europeus e americanos, tal técnica tem tradições em Portugal, nas Caldas da Rainha, que remontam pelo menos ao século XIX.

 

Como se pode ler no catálogo da exposição 50 Anos de Cerâmica Caldense: 1930-1980, realizada em 1990, esta técnica já surgia na segunda metade daquele século na oficina de Manuel Cipriano Gomes, por alcunha o "Mafra", tradição que foi preservada na fábrica Belo durante as décadas de 1930 e 1940 por uma operária de nome América.

 

Na década de 1980 esta técnica foi recuperada nas Caldas pela fábrica Subtil, cujas peças, contudo, têm tendência a apresentar composições florais mais volumosas e elaboradas do que as que surgem neste exemplar.

 

Curiosamente, as fissuras que aqui se podem observar na pasta entrançada não correspondem a uma queda e quebra, e consequente restauro dos filamentos da peça, mas sim a fracturas que se desenvolveram gradual e naturalmente na pasta.

 

© MAFLS

Azulejos

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Quadra de azulejos relevados com decoração policromada de inspiração árabe.

 

Embora os exemplares aqui apresentados não ostentem qualquer inscrição no tardoz, sabe-se que este motivo foi produzido pela FLS como se pode verificar numa página do catálogo de Preços Correntes da Real Fabrica de Louça em Sacavém - Azulejo, de Agosto de 1910.

 

Aí surge reproduzido um padrão semelhante a este, com a designação Arabesco e o número 2-Z, apresentando uma variante com fundo azul-turquesa: http://mfls.blogs.sapo.pt/163888.html.

 

 

© MAFLS

Memórias de Clive Gilbert

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Devido a compromissos inadiáveis do seu autor, o habitual texto apresentando as memórias de Clive Gilbert não será publicado durante o corrente mês de Abril.

 

Entretanto, por deferência de Clive Gilbert, reproduz-se acima um medalhão, esculpido por Armando Mesquita (1907-1982), que o retrata aos sete anos.

 

© MAFLS


Jarra

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Mais um exemplar da denominada "Jarra Caçadores em relêvo n.º 4", correspondente ao formato 29, desta vez na sua versão mais simples que apresenta vidrado transparente sobre a pasta de faiança.

 

Vejam-se as outras variantes anteriormente apresentadas aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/jarra+ca%C3%A7adores.

 

 

© MAFLS

Fotografia

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© MCS/CDMJA

 

Fotografia de uma estatueta da FLS correspondente ao formato número 217.

 

Esta fotografia tem o particular interesse acrescido de documentar uma etiqueta autocolante da FLS, hoje praticamente desconhecida da maioria dos coleccionadores, que apresenta uma variante da imagem de perfil das instalações fabris que não corresponde nem às conhecidas imagens de 1932 (http://mfls.blogs.sapo.pt/162284.html) nem de 1938 (http://mfls.blogs.sapo.pt/?skip=30&tag=cinzeiros).

 

Veja-se a imagem de uma peça similar a esta, ostentando a data de 1939, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/8186.html.

 

A reprodução desta fotografia é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

© MAFLS

Outras Fábricas, Outras Loiças (CCI)

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Conjunto de leiteira, açucareiro e bule, formato "Asa Triangular", em porcelana da Vista Alegre, Ílhavo, apresentando marcas correspondentes ao período 1924-1947.

 

Os arquivos da VA, relativos a uma leiteira similar a esta registada sob a entrada número 4072 de 1938, referem que este formato foi introduzido em Julho de 1933, embora o arredondado bico desta peça seja distinto daquele original, que era angular.

 

A imagem destes exemplares consta, juntamente com outra imagem de chávenas do mesmo formato, do catálogo da exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, sendo da autoria da fotógrafa americana Maggie Nimkin (http://www.maggienimkin.com/).

 

Uma leiteira do formato "Asa Triangular" original, com o bico angular e decoração floral foi também exibida nesse evento, surgindo sob o número 154 de catálogo.

 

Esse formato original, com decoração exactamente igual a esta, pode também ser visto no espaço de Maria Andrade: http://artelivrosevelharias.blogspot.pt/2012/04/formas-clarice-cliff-em-porcelana-da.html.

 

Conforme referido no catálogo daquela exposição, e também no espaço acima mencionado, esta leiteira é muito semelhante ao modelo Bizarre Ware Conical Shape introduzido em Inglaterra em 1929 e desenhado pela consagrada Clarice Cliff (1899-1972).

 

Por sua vez, a base do açucareiro evoca claramente a influência da Bauhaus, em particular o famoso design que Marianne Brandt (1893-1983) produziu para bules, taças e cinzeiros, de metal, em meados da década de 1920.

 

Note-se que a imagem original foi registada em película e posteriormente digitalizada, o que afectou a sua qualidade e não reflecte as características que uma impressão em papel fotográfico oferece.

 

Uma diferente fotografia destas peças surgiu em grande destaque na primeira página de jornal Luso-Americano (http://www.lusoamericano.com/), publicado em Newark, New Jersey, E.U.A., algumas semanas antes da inauguração da referida exposição.

 

© MAFLS

Prato

Ainda o Formato Asa Triangular da VA

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Ainda a propósito do formato Asa Triangular (http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cci-304854) apresentam-se hoje três peças correspondentes a esse modelo – duas do período 1924-1947, uma cafeteira e um bule, outra, uma leiteira, do final da década de 1990.

 

As duas primeiras, embora surjam num formato que apelaria melhor a uma decoração mais minimalista ou geometrizante, traduzem inequivocamente aquele que seria o gosto pelo figurativismo floral então predominante no público portugês.

 

Apesar de a decoração já corresponder a uma gramática contemporânea mais contida, e em certa medida até algo minimalista, insere-se ainda num gosto conservador que tendia a centrar a decoração cerâmica nos motivos  florais, pese embora o design claramente contemporâneo, e quase modernista, destes motivos.

 

Esta apetência pela decoração floral era uma característica que também se fazia sentir em Inglaterra, a qual foi clamorosamente sublinhada, talvez devido à sua maior exuberância cromática e inovação composicional, pelo sucesso de vendas das criações de Clarice Cliff (1899-1972) durante as décadas de 1920 e 1930.

 

 

Tal como aquelas que se apresentaram no anterior artigo, as duas primeiras peças integrariam certamente um serviço tête-à-tête para duas pessoas.

 

A cafeteira, que apesar da designação ostenta os orifícios característicos de um bule, mede cerca de 14,4 cm. de altura, enquanto o bule apresenta apenas cerca de 8,7 cm. de altura.

 

As dimensões desta última peça contrastam com as dos bules Asa Triangular destinados aos serviços completos, ou mesmo aos meios-serviços, que apresentam cerca de 13 cm. de altura.

 

Dos formatos originais da década de 1930 conhecem-se chávenas de chá e de café, designadas como "Asa Triangular baixa com asa maciça" na entrada 1524 dos arquivos da VA, que, curiosamente, apresentam dimensões ligeiramente maiores nos conjuntos tête-à-tête do que nos serviços completos.

 

Uma encomenda datada de 1 de junho de 1938, registada nos mesmos arquivos sob o número 32387, refere que o formato da leiteira, criado em 1933, foi também adaptado para cafeteiras número 4 (código numérico correspondente às dimensões da peça).

 

 

Em finais de 1998, a VA anunciou o lançamento do serviço Keisha, comercializado no início do ano seguinte, que retomou o formato Asa Triangular, de que se apresenta acima uma leiteira com cerca de 11,7 cm. altura.

 

Com belíssima decoração geometrizante, a azul cobalto e ouro, de Aïssata Pinto da Costa (datas desconhecidas, filha de Manuel Pinto da Costa [n. 1937], actual presidente de São Tomé e Príncipe; ver uma entrevista de Aïssata aqui: http://www.adelaidedamoah.com/.), este serviço inclui peças de almoço e pequeno-almoço.

 

Na época a VA dispunha da cadeia de lojas Casa Alegre, para as quais Aïssata Pinto da Costa concebeu ainda três outras decorações – Adey, Aisha e Oumi, todas elas em cores quentes e com motivos de alegada inspiração africana, que foram comercializadas em faiança.

 

Não se sabendo se devido a um  elevado custo da decoração ou a um fracasso de vendas, o motivo Keisha, o único produzido em porcelana, foi descontinuado a partir de 2004.

 

          

 

© MAFLS

Desenhos do Arquivo do MCS

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© CDMJA/MCS

 

Folha com desenho para o motivo azulejar número 533, na variante cinzenta, que se encontra depositada nos arquivos do Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso/Museu de Cerâmica de Sacavém.

 

Conforme já foi aqui referido anteriormente, a propósito de motivos semelhantes na técnica e nos efeitos ópticos, esta composição antecipa aqueles que haveriam de ser os princípios da Op Art.

 

Note-se também como este desenho de catálogo emprega as técnicas de stencil (chapa recortada) e aerógrafo que depois viriam a ser utilizadas nos azulejos.

 

Veja-se uma variante verde deste motivo, correspondente ao número 532, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/273645.html.

 

A reprodução deste desenho da FLS é uma cortesia do CDMJA/MCS.

 

© MAFLS

Jarra da Fábrica do Carvalhinho

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Pequena jarra em faiança da Fábrica do Carvalhinho, com decoração floral correspondente ao motivo número 31, pintada à mão sob o vidrado.

 

Esta jarrinha surge catalogada, na tabela de preços não datada que tem vindo a ser referida, sob o número 13, "Jarra manga", ao preço de 6$00.

 

Veja-se uma jarra similar, apresentando, surpreendentemente, o número 14, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/38337.html.

 

Veja-se ainda outra jarra similar, cuja numeração não está clara, aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/218719.html.

 

 

© MAFLS


Outras Fábricas, Outras Loiças (CCII)

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Prato de parede, com cerca de 19,9 cm. de diâmetro, decorado com pintura manual sob o vidrado.

 

Embora evocando uma gramática decorativa anterior, esta peça, que não apresenta qualquer marca visível, terá sido muito provavelmente produzida em finais do século XIX ou nas primeiras décadas do século seguinte.

 

Note-se que, apesar de a pasta cerâmica ser beige, as áreas onde o vidrado escamou apresentam uma tonalidade acinzentada que documenta a absorção da pigmentação azul pela pasta.

 

© MAFLS

Chávena de Chá e Pires

Figura de um Tigre

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Grande escultura de um tigre em grés com vidrado semi-mate em diversos tons de castanho.

 

Este exemplar do acervo do MCS, onde se encontra catalogado sob o número 2980, foi exibido na exposição Portuguese Ceramics in the Art Deco Period, realizada nos EUA em 2005, sendo a fotografia da autoria de João Francisco Vilhena (n. 1965).

 

Note-se que a imagem original foi registada em película e posteriormente digitalizada, o que afectou a sua qualidade e não reflecte as características que uma impressão em papel fotográfico oferece.

 

Veja-se uma outra variante de cor e vidrado aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/6824.html.

 

© MAFLS

Formatos da Fábrica do Carvalhinho

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© MCS/CDMJA

 

Fotografia, dos arquivos do CDMJA, ilustrando formatos da Fábrica do Carvalhinho das décadas de 1930 e 1940.

 

Estes formatos surgem na tabela de preços não datada que tem vindo a ser referida, sob a designação "Cinzeiro" e a numeração A 1, ao preço de 7$50, sob a designação "Bilheteira c/ asa de palha" e a numeração A 3, ao preço de 25$00, sob a designação "Caixa-cigarros" e a numeração A 15, ao preço de 17$50, sob a designação "Cinzeiro" e a numeração A 16, ao preço de 15$00, sob a designação "Cestinha c/ asa" e a numeração A 21, ao preço de 20$00, e ainda sob a designação "Taça oval" e a numeração A 25, ao preço de 35$00.

 

Note-se que a aplicação de palhinha ou vime nas asas de certas peças cerâmicas foi também adoptada nas duas décadas que se seguiram ao pós-guerra por algumas fábricas de Alcobaça, como a Elpa e a OAL, onde surge associada à decoração tipo Athenea (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/decora%C3%A7%C3%A3o+tipo+athenea), e em peças com decoração mais modernista da VA (http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cxciii-294829).

 

A imagem é uma cortesia do Museu de Cerâmica de Sacavém / Centro de Documentação Manuel Joaquim Afonso.

 

© MAFLS

Outras Fábricas, Outras Loiças (CCIII)

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Estatueta em biscuit da fábrica Artibus.

 

Note-se como a madeixa e o posicionamento dos braços parecem ser uma imagem de marca da maioria dos putti produzidos por esta fábrica aveirense (cf. http://mfls.blogs.sapo.pt/144303.html).

 

Estas representações de meninos, cuja tradição remonta sincreticamente às figuras clássicas de Cupido ou Amor, e tiveram particular consagração nas faces de anjinhos pintadas por Rafael (Rafaello Sanzio, 1483-1520), foram favorecidas na modelação estatuária da Artibus, chegando inclusive a surgir em castiçais luxuosamente decorados a esmalte e ouro.

 

 

© MAFLS

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