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Channel: Memórias e Arquivos da Fábrica de Loiça de Sacavém
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Dois Ex-Libris de Lisboa em Porcelana Estrangeira

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Duas chávenas de café em porcelana, da fábrica checoslovaca Victoria, com imagens estampadas da Torre de Belém e da Praça do Comércio, em Lisboa.

 

Estas peças integram-se na tradicional produção de souvenirs, em vidro, cerâmica, ou ainda noutros materiais, destinados, a partir do século XIX, aos viajantes que seguiram a elitista e aristocrática tendência romântica do grand tour e se vieram a tornar em meros touristes.

 

As chávenas ostentam, a dourado, os números 237, correspondente ao motivo da Praça do Comércio, e 274, correspondente ao motivo da Torre de Belém, tendo sido produzidas entre 1918 e 1939, muito provavelmente na década de 1920.

 

Como se sabe, a Checoslováquia foi um estado que existiu entre 1918 e 1992, período delimitado entre o final da I Grande Guerra e a democratização dos países do bloco do leste europeu.

 

Este último movimento seguiu-se à queda, em 1989, do Muro de Berlim, o qual havia sido instituído após o final da II Grande Guerra, e veio a originar a criação de dois estados independentes naquele território – a República Checa e a Eslováquia, em 1993.

 

 

© MAFLS


Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLVII)

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Caixa em porcelana, com cerca de 10, 4 cm. de altura e 11,2 cm. de diâmetro maior, produzida pela Sociedade de Porcelanas, de Coimbra.

 

Habitualmente designadas como guarda-jóias, as caixas deste género, que apresentavam diversos formatos e surgiam predominantemente em conjuntos de toucador em cerâmica ou vidro, mas também em exemplares isolados de estanho ou prata, ou outros materiais, tiveram particular divulgação durante  os segundo e terceiro quartéis do século XX.

 

A decoração deste exemplar apresenta uma exuberante gramática floral característica dos finais da década de 1960, e princípios da década seguinte, podendo padrões semelhantes, mais, ou menos, estilizados, ser encontrados em diversos tecidos estampados desse período.

 

 

© MAFLS

Prato de Cozinha

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Prato de cozinha, com cerca de 29,3 cm. de diâmetro, do último período de produção da FLS.

 

Seguindo uma tendência revivalista, adoptada durante este período em alguns formatos e decorações, esta peça apresenta um motivo floral aplicado a aerógrafo sobre stencil (chapa recortada) que remete para algumas decorações Art Déco muito características das décadas de 1920, 1930 e 1940.

 

 

© MAFLS

Novo Livro Sobre Querubim Lapa

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A autora do blog Cerâmica Modernista em Portugal (http://ceramicamodernistaemportugal.blogspot.pt/), Rita Gomes Ferrão, lançará esta semana um novo livro sobre cerâmica portuguesa, intitulado Querubim Lapa, Primeira Obra Cerâmica: 1954-1974.

 

A apresentação desta obra decorrá durante o dia de inauguração da exposição homónima, promovida pela Galeria Objectismo, de Lisboa, que estará patente nas suas instalações entre 2 de Outubro e 28 de Novembro de 2015.

 

© MAFLS

 

Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLVIII)

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Grande jarra em faiança, com cerca de 26,4 cm. de altura e 24,8 cm. de diâmetro maior, produzida na fábrica do Outeiro, em Águeda.

 

Note-se como este formato evoca, no grande diâmetro do seu bojo e na acentuada largura do seu rebordo, a imagem tradicional das escarradeiras oitocentistas, as quais, no entanto, por questões higiénicas, apresentavam um disco amovível sobre o rebordo.

 

Note-se, ainda, como esta decoração floral se distingue dos motivos policromáticos da fábrica do Outeiro anteriormente apresentados neste espaço (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/f%C3%A1brica+do+outeiro).

 

 

© MAFLS

 

 

Bule

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Pequeno bule, formato Coimbra, com decoração a laranja e dourado, sobre o vidrado, correspondente ao motivo 672.

 

Este motivo, com outras variantes cromáticas e em pastas de outra cor, foi também aplicado no formato Avenida, quer com complementos em ouro (http://mfls.blogs.sapo.pt/48159.html) quer com complementos em platina (http://mfls.blogs.sapo.pt/5167.html).

 

Vejam-se mais alguns bules com este formato, apresentando diferentes decorações, quer aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/bules+formato+coimbra, quer no espaço que MUONT também dedica à investigação comparativa de cerâmica (http://modernaumaoutranemtanto.blogspot.pt/search/label/Formato%20Coimbra).

 

Note-se ainda como, neste exemplar, é bem visível na pega da tampa uma ligeira deformação que evoca o formato inglês denominado Zenith, criado por Ernest Bailey (1911-1987) e comercializado pela empresa Burgess & Leigh, que terá servido de modelo ao formato Avenida da FLS.

 

Fundada em 1862, esta companhia contou com a colaboração de excelentes designers durante o período Art Déco, nomeadamente da consagrada Charlotte Rhead (1885-1947), que ali trabalhou entre 1926 e 1931, criando diversos motivos originais para a série Burleigh Ware, e poderá ter sido a autora de algum dos motivos de inspiração floral que a FLS veio a adaptar.

 

 

© MAFLS

 

Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLIX)

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Acima, conjunto de bule, chávena de café e pires, em porcelana da Vista Alegre, com decoração floral estilizada ao gosto Pop Art característico das décadas de 1960 e 1970.

 

Abaixo, bule e chávena de chá com o mesmo formato mas diferente decoração.

 

Conjuntamente com outros formatos lançados também na década de 1960, nomeadamente Primavera (http://mfls.blogs.sapo.pt/149941.html) e Solteirinha (http://mfls.blogs.sapo.pt/outras-fabricas-outras-loicas-cxciii-294829), este constitui-se como paradigma das mais inovadoras propostas da VA nessa década e na seguinte, documentando uma contemporaneidade que se contrapõe aos modelos mais conservadores, quer de formatos quer de motivos, que a empresa viria a promover entre as décadas de 1970 e 1990.

 

 

Reproduz-se, de seguida, a contracapa da revista Modas e Bordados, número 3152, de 5 de julho de 1972, que, para além de publicitar a segunda loja da VA, também na zona do Chiado, em Lisboa, ilustra ainda duas outras decorações diferentes em bules com este mesmo formato.

 

 

As peças do primeiro conjunto apresentado neste artigo ostentam a marca VA correspondente ao período de 1947 a 1968, tal como o bule do segundo. No entanto, a chávena que acompanha este último apresenta a marca reproduzida abaixo.

 

Corresponde esta a uma variante do período 1968-1971, habitualmente não reproduzida nos diversos catálogos, livros e sites que divulgam registos históricos das marcas da empresa (http://vistaalegre.com/catalog/evolucaomarca.pdf).

 

A presente variante havia já sido registada anteriormente aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/265432.html.

 

 

© MAFLS

Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLX)

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Cinzeiro em faiança, com cerca de 2,5 x 10,4 x 12,9 cm., produzido na fábrica Elpa, de Alcobaça.

 

A decoração deste exemplar ilustra a variante de um motivo denominado Athenea na produção da OAL, uma empresa também de Alcobaça, embora muitas outras fábricas portuguesas tenham comercializado diferentes variantes, como se pode verificar aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/decora%C3%A7%C3%A3o+tipo+athenea.

 

Recorde-se que Maria Andrade, a autora de Arte, Livros e Velharias (http://www.artelivrosevelharias.blogspot.pt/), referenciou ainda esta decoração em peças da Estatuária, de Coimbra.

 

Note-se, contudo, como este motivo dourado é diferente daquele que surge no conjunto de chávena e pires anteriormente apresentado (http://mfls.blogs.sapo.pt/215177.html) e é mais semelhante àquele que surge numa peça assinada apenas Vicrilana (http://mfls.blogs.sapo.pt/243762.html), a qual também terá sido produzida na Elpa.

 

A legenda manuscrita Recordação de Arêgos remete para a tradição dos souvenirs associados às estâncias balneares e termais, tradição que no caso destas últimas estava já bem consolidada nas últimas décadas do século XIX, particularmente na Europa central, como se pode constatar em inúmeras peças de vidro e cerâmica produzidas nessa época.

 

As Caldas de Aregos (http://www.termas-caldasdearegos.com/website/) são uma estância termal do concelho de Resende, cujo alvará de concessão foi atribuído em 20 de Junho de 1909, embora haja referências à utilização terapêutica das suas águas que remontam ao tempo de D. Afonso Henriques (c.1109-1185; rei, 1143-1185) e da rainha D. Mafalda (1125-1158?).

 

Note-se, finalmente, como a marca Elpa agora reproduzida, combinando, a dourado, carimbo com logótipo e inscrição manuscrita, ainda não tinha surgido em nenhuma das peças anteriormente aqui apresentadas (http://mfls.blogs.sapo.pt/tag/elpa).

 

 

© MAFLS


Prato Coberto

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Prato coberto formato Estoril com decoração minimalista sobre o vidrado.

 

Este notável paradigma dos modelos cerâmicos Art Déco para serviços de mesa corresponde ao formato Casino, que havia sido lançado cerca de 1932 pela fábrica inglesa Royal Doulton.

 

Como também já foi referido anteriormente, as terrinas, saladeiras e pratos cobertos formato Estoril não estão referenciadas nas tabelas da FLS para 1932 e 1938 mas surgem no catálogo de 1950. 

 

O motivo, que se baseia em apenas dois triângulos para sugerir a imagem de um veleiro, surge como uma das combinações minimalistas mais bem conseguidas da FLS, muito embora seja provavelmente de origem estrangeira.

 

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXI)

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Par de azulejos produzidos pela fábrica Viúva Lamego, em Lisboa, unidade que agora pertence ao grupo Aleluia.

 

Embora este motivo recrie um açafate com flores ao gosto seiscentista e setecentista, a representação floral denuncia uma gramática mais característica do segundo e terceiro quartéis do século XX.

 

Atendendo às iniciais que surgem no canto superior esquerdo do tardoz dos dois azulejos, é possível que este conjunto tenha sido pintado por Artur José (1932-2010), podendo ver-se um prato decorado por este artista aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/189321.html .

 

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXII)

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Conjunto individual de chávena e prato para torradas em porcelana da Electro-Cerâmica do Candal.

 

Correspondendo a uma tendência que se desenvolveu na Europa e nas Américas a partir de finais do século XIX, e se manteve durante a primeira metade do século seguinte, estes conjuntos eram predominantemente destinados a um serviço individual de pequeno-almoço ou lanche.

 

Em Portugal, conjuntos similares, mas com diferentes formatos, foram também produzidos em porcelana quer pela Sociedade de Porcelanas, de Coimbra, quer pela Vista Alegre.

 

Este conjunto apresenta, no seu prato de torradas, quer no rebordo, quer no relevo interior, sinuosidades características dos curvilíneos formatos Art Nouveau.

 

 

No entanto, uma observação atenta da chávena permite verificar que este exemplar comercializado pela EC replica o famoso formato Jugendstil (em alemão, equivalente ao galicismo Art Nouveau) denominado Donatello, que originalmente havia sido lançado pela fábrica alemã Rosenthal.

 

Acima reproduz-se uma chávena de café dessa fábrica, onde se pode encontrar uma decoração modernista que, ilustrando embora o tradicional prestígio do azul cobalto associado à porcelana, antecipa o minimalismo repetitivo de décadas mais recentes.

 

Ao contrário do que se verifica na conservadora versão floral aplicada no conjunto do Candal, a simplicidade deste motivo traduz bem um renovado espírito geométrico favorecido por algumas escolas pioneiras, como a escocesa Glasgow School of Art, fundada em 1845 mas com o seu apogeu oitocentista a ocorrer na última década desse século, em paralelo com a ascensão do consagrado Charles Rennie Mackintosh (1868-1928), a austríaca Wiener Secession, fundada em 1897, ou a alemã Bauhaus, fundada já em 1919.

 

 

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Azulejos

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Quadra de azulejos ostentando no tardoz de um exemplar a legenda SACAVEM U 1, em relevo, e o carimbo numérico 149. Outro exemplar apresenta os carimbos numéricos 17 (maiúsculo), 3 (minúsculo) e ainda o número 315 manuscrito a preto.

 

Este conjunto, propositadamente composto de azulejos com cores diferentes, ilustra duas das três variantes cromáticas conhecidas nas papoilas e nos laços – azul, laranja e roxo.

 

A decoração encontra-se aplicada sobre o vidrado.

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXIII)

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Pequenas jarras em faiança da fábrica Aleluia, de Aveiro.

 

Acima, exemplar com cerca de 5,8 cm. de altura e 6,4 cm. de diâmetro máximo; abaixo, exemplar com cerca de 10 cm. de altura e 7,4 cm. de diâmetro máximo.

 

 

Embora o formato 42 seja, obviamente, mais antigo que o 179, ambas as jarras apresentam combinações cromáticas e tonalidades invulgares na produção da Aleluia.

 

Traduzem estes dois exemplares, os seus motivos e as tonalidades que lhes estão associadas, uma produção claramente característica de um período posterior ao final da II Grande Guerra, mas também anterior à produção modernista e contemporânea que a Aleluia começou a desenvolver a partir da segunda metade da década de 1950. 

 

 

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Nossa Senhora da Conceição

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Painel de nove azulejos, com imagem alusiva a Nossa Senhora da Conceição pintada à mão, patente num edifício arruinado de Porto da Cruz, na ilha da Madeira.

 

Este exemplar representa uma invulgar variante aos mais comuns painéis de apenas quatro azulejos, sincrética e iconicamente consagrados a um tema que se confunde com este, os quais começaram a ser lançados em 1940.

 

Os painéis datados de 1940, produzidos em diferentes fábricas e habitualmente estampados, comemoram o dogma da Imaculada Conceição (concepção), apresentando quase sempre a legenda A Virgem Maria Senhora Nossa foi concebida sem pecado original.

 

De facto, para além de apresentar nove azulejos, este conjunto surge com a imagem de Nossa Senhora pintada à mão, não alude explicitamente ao dogma, tendo ainda sido produzido em 1948, dois anos depois do tricentenário da consagração do reino de Portugal a Nossa Senhora da Conceição.

 

 

Em 1818, D. João VI (1767-1826; rei, 1816-1826) instituíu a Real Ordem Militar de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, que foi extinta enquanto ordem militar pelo governo republicano instaurado em 1910.

 

Com os graus de grã-cruz, comendador, cavaleiro e servente, e condecorações desenhadas pelo artista francês Jean-Baptiste Debret (1768-1848), a ordem tinha el-rei como grão-mestre, sendo preservada nos nossos dias, e concedida ainda a título privado, pelo actual Duque de Bragança.

 

Depreciativamente tratada como a medalhinha de Nossa Senhora da Conceição pelos republicanos do final da monarquia, e também durante a I República, ostenta as iniciais AM (Avé Maria) envolvidas pela legenda Padroeira do Reino e ainda hoje apresenta a tradicional banda monárquica em seda azul celeste.

 

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXIV)

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Grande travessa, com cerca de 30,2 x 42,5 x 4,7 cm., em faiança da fábrica de S. Roque, Aveiro.

 

Apresentando um formato oitavado comum já nas travessas do último quartel do século XIX, esta peça ilustra três técnicas decorativas – esponjado no rebordo, stencil (chapa recortada) nos motivos florais e no motivo central e pintura manual livre nas pinceladas a verde.

 

Embora não seja uma peça que originalmente tivesse um custo de comercialização elevado, a aplicação destas técnicas distintas traduz uma produção relativamente onerosa quanto à mão-de-obra envolvida.

 

 

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Chávena e Pires

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Chávena de chá e pires formato Coimbra ostentando decoração correspondente ao motivo 672.

 

Um bule com este motivo, e também deste formato, foi já apresentado aqui: http://mfls.blogs.sapo.pt/bule-353502.

 

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXV)

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Prato moldado e relevado, em faiança da Sado Internacional, de Setúbal, comemorativo do Natal de 1973.

 

 

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Vasco Lopes de Mendonça

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Vasco Lopes de Mendonça (1883-1963) formou-se em engenharia militar, fazendo carreira na área e aposentando-se enquanto técnico superior de engenharia da Câmara Municipal de Lisboa, mas dedicou também particular atenção à caricatura, à ilustração e à cerâmica.

 

Tal multiplicidade de interesses não será estranha ao facto de ter crescido, e ter sido educado, numa família, e num ambiente, de artistas e intelectuais.

 

Seu pai, Henrique Lopes de Mendonça (1856-1931), também militar de carreira, escritor e dramaturgo, elaborou em 1890, no auge do ultimato inglês, a letra de A Portuguesa, composição musicada por Alfredo Keil (1850-1907) que, após ser parcialmente expurgada no verso "Contra os britões marchar, marchar" para se tornar politicamente correcta, foi adoptada como hino nacional durante a I República.

 

Sua mãe, Maria Amélia Bordalo Pinheiro (datas desconhecidas), provinha da famosa família Bordalo Pinheiro onde, entre outros, se destacaram Columbano (1857-1929) e Rafael (1846-1905), irmãos de Maria Amélia, e o filho deste último, Gustavo (1867-1920).

 

Suas irmãs Vigínia Lopes de Mendonça (1881-1969) e Alda Lopes de Mendonça (1885-1962), destacaram-se também, como escritora e dramaturga, a primeira, e como rendeira, numa certa tradição Arts & Crafts, mas também reproduzindo desenhos de seus irmãos Vasco e Virgínia, a segunda.

 

 

Embora tenha obra reconhecida no desenho e na ilustração gráfica (http://blogdaruanove.blogs.sapo.pt/300833.html), áreas onde colaborou em alguns dos livros de sua irmã Virgínia, mas também em livros de Acácio de Paiva (1863-1944), Laura Chaves (1888-1966), Maria de Carvalho (1889-1973), Leonor de Campos (pseudónimo de Helena de Sousa Costa, datas desconhecidas), Emília de Sousa Costa (1877-1959), Graciette Branco (1905-?), Maria do Carmo Peixoto (1877-?), Vasco Lopes de Mendonça encontra-se ainda ligado à produção cerâmica.

 

Está documentada a sua colaboração com a fábrica Bordalo Pinheiro, das Caldas da Rainha, durante as décadas de 1940 e 1950, já muito depois do falecimento de Rafael e Gustavo Bordalo Pinheiro, para a qual modelou diversas estatuetas caricaturais.

 

Surgem neste conjunto várias figuras típicas da época ou da tradição portuguesa – alentejanos, boxeurs, cantadeiras, curas, galegos, guardas da GNR, guardas-nocturnos, lavadeiras, leiteiras, lusitos, marinheiros, meninos da Luz, polícias, regateiras, saloios, velhos e vendedeiras.

 

Mas também reconhecidas personalidades internacionais, como Adolf Hitler (1889-1945), Benito Mussolini (1883-1945), Josef Stalin (1878-1953), Nikita Khrushchev (1894-1971), e Winston Churchill (1874-1965).

 

Este último, para além daquela aqui apresentada, surge ainda na famosa versão em que é retratado com uma bengala, um bornal e capacete de guerra a tiracolo, apresentando na boca o inevitável charuto e saudando com um boné na mão do braço direito, erguido.

 

 

Está menos documentada e é menos conhecida, no entanto, a sua ligação à Fábrica de Loiça de Sacavém, ainda na década de 1940, empresa para a qual modelou algumas figuras de animais, que agora se reproduzem mas que já aqui haviam surgido (http://mfls.blogs.sapo.pt/45369.html), muito ao gosto quer da tradição dos contos populares quer de uma gramática caricatural que Walt Disney (1901-1966) recuperou daquela tradição.

 

Muito provavelmente, para além dos dois exemplares acima ilustrados, que correspondem aos números 368 e 368A da tabela de 1945 da FLS, Vasco Lopes de Mendonça terá modelado também mais algumas figuras de animais, bem como certas figuras caricaturais, algumas delas correspondentes às enunciadas anteriormente, que constam das tabelas de 1945 e 1951.

 

O artista foi homenageado postumamente, ainda em 1963, através de uma exposição retrospectiva realizada no Palácio Galveias, em Lisboa, onde se podiam observar vários óleos de Columbano retratando sua irmã e seu sobrinho Vasco e vários exemplos da arte deste – esculturas e medalhões em gesso, desenhos a lápis e a sanguínea, e aguarelas.

 

 

Faziam parte daquela exposição dezasseis vitrinas que, para além de mostrarem caricaturas, originais de ilustrações e exemplares de livros ilustrados pelo homenageado, exibiam ainda, em cinco delas, as mais de cinquenta obras que Vasco Lopes de Mendonça executou em faiança e terracota.

 

Embora no evento não surgisse qualquer referência à colaboração do autor com a FLS, algumas das peças então exibidas foram indubitavelmente produzidas por esta fábrica.

 

As imagens aqui reproduzidas a preto e branco foram retiradas do respectivo catálogo, onde surge ainda a fotografia de um conjunto de quatro patos, ilustrados abaixo, que certamente corresponderá ao conjunto 368B, "Grupo de patos humorísticos", referenciado nas tabelas de 1945 e 1951 da FLS.

 

 

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Natal no Cinquentenário da SPAL

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No ano em que a SPAL comemora o seu cinquentenário, assinala-se esta quadra natalícia apresentando o pequeno prato, com cerca de 11,9 cm. de diâmetro, desenvolvido pela empresa para as suas ofertas institucionais.

 

Aproveita-se ainda a oportunidade para formular as habituais saudações a quem visita este espaço, em geral, e, em particular, a todas as companheiras e todos os companheiros que promovem a divulgação cerâmica na blogosfera.

 

Para todos, votos de Festas Felizes e excelente Ano Novo!

 

 

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Outras Fábricas, Outras Loiças (CCLXVI)

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Jarra em faiança da Cerâmica Bombarralense, Limitada, com cerca de 28,7 cm. de altura, pintada à mão sob o vidrado e apresentando impresso na pasta o número 220 que, como já foi referido, corresponderá ao seu formato.

 

Este exemplar vem confirmar uma tendência decorativa da empresa que, durante o seu curto período de apenas dez anos de laboração, parece ter privilegiado em algumas das jarras a utilização exclusiva do azul e do amarelo, conforme aqui se tinha observado anteriormente (http://mfls.blogs.sapo.pt/149743.html).

 

Já na loiça de mesa, também pintada à mão, conhecem-se diversas combinações cromáticas, particularmente nos pratos, onde surgem tonalidades de verde ou de castanho, o sangue-de-boi e o bordeaux.

 

 

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